terça-feira, 22 de junho de 2010

O que os alimentos podem fazer por você?

Segundo a Antroposofia, os seres humanos se dividem em quatro tipos principais, de acordo com o temperamento predominante que apresentam. O médico Samyr Rhame, consultor da Weleda no Brasil, explica que, dependendo do perfil de cada pessoa, certos alimentos podem fazer muito bem ou muito mal

É fácil perceber que os seres humanos não são todos iguais. Ainda que duas pessoas pertençam à mesma família, trabalhem no mesmo lugar e tenham rotinas parecidas, a maneira como cada uma lida com o cotidiano e com as intempéries que surgem no meio do percurso pode ser completamente diferente.

Para a Antroposofia ciência criada pelo filósofo austríaco, Rudolf Steiner, e pela médica holandesa, Ita Wegman, no começo do século 20 , isso se deve ao fato de existirem quatro temperamentos básicos que influenciam a personalidade e os comportamentos dos seres humanos. Todos nós apresentamos um pouco de cada um deles, mas sempre existe um que predomina sobre os demais e se sobressai quando observarmos o modo como levamos a vida.

TEMPERAMENTOS
A classificação feita pela Antroposofia está baseada nos quatro elementos da natureza - terra, ar, água e fogo que se correspondem, respectivamente, aos quatro temperamentos melancólico, sanguíneo, fleumático e colérico.

Samyr Rhame, médico e consultor dos Laboratórios Weleda no Brasil, explica que não há nada de errado com nenhum deles. O grande segredo é saber equilibrar os pontos fracos e aproveitar o que cada um possui de melhor!

O próprio criador da Antroposofia comenta, no livro Temperamentos e alimentação, que quanto mais evoluímos na vida, menos os temperamentos se colocam como entraves em nossa vida. Steiner diz que: no grau de mestre espiritual (...) o temperamento não o influencia ou domina mais. Mas ele se utilizará do temperamento para a atividade no mundo físico: o temperamento colérico, ele o assume para atuar no âmbito supra-sensível, e deixa os acontecimentos e ocorrências do mundo físico transcorrer tal como age um sanguíneo; mantém-se no gozo da vida como um fleumático, e medita sobre seus conhecimentos espirituais como um melancólico.

Nesse caminho que se confunde com a própria evolução do indivíduo os alimentos podem ser de grande ajuda.

Melancólicos
Assim como a terra, os melancólicos tendem a ser densos e um pouco rígidos. Ligados ao corpo físico normalmente mais pesado e ao passado, apresentam um comportamento introspectivo e tem grande capacidade de raciocínio. Sabem captar o conteúdo do mundo e elaborá-lo, mas costumam pensar demais e conter as emoções. Facilmente identificados como tímidos e chatos, têm mania de reclamar de tudo. Para eles, as coisas realmente parecem mais difíceis do que para os outros temperamentos e seu grande desafio é sair desse ciclo de reclamações, se libertar dessa sensação de aprisionamento interno e expandir.

Os açúcares fazem muito bem aos melancólicos, que precisam mesmo adoçar a vida. Mas a sacarose o açúcar branco não é uma boa opção, pois rouba fósforo e cálcio do organismo, geralmente dos dentes, para ser absorvido. O ideal é apostar nas frutas, que são alimentos que crescem perto do sol. Além disso, a frutose presente nas frutas frescas e secas vai direto para a circulação sanguínea e é rapidamente metabolizada. Para os idosos, o mel também é bastante indicado.

Flores e sementes como a castanha-do-pará, a castanha portuguesa e a avelã são ótimas para trazer vitalidade e disposição a esses seres meio sisudos.

O amendoim deve ser evitado, pois se não for bem armazenado, libera toxinas que prejudicam o fígado. Raízes, que estimulam o pensar, e carnes, que ajudam a, literalmente, se sentir encarnado, não combinam com melancólicos por mais que eles gostem delas! pois já estão presos o suficiente à terra e à matéria.

Sanguíneos
Os indivíduos de temperamento sanguíneo são rápidos, agitados, criativos e sedutores. Identificados com o elemento ar e o corpo astral, são mais volúveis e têm dificuldades de terminar o que começam. Por causa da lábia que possuem, atraem muitas pessoas para perto de si, mas não se prendem muito a elas. Eles também adoram contar, nos mínimos detalhes, tudo o que fizeram durante o dia.

Ao contrário dos melancólicos, precisam das raízes, de legumes que crescem sob a terra e de um pouco de carne para se centrarem e ficarem com os pés no chão. Para as crianças sanguíneas se aquietarem na hora das refeições, vale preparar saladas bem coloridas e estimulá-la a experimentar cada cor.

Se pudéssemos comparar os seres sanguíneos com alguma planta, seria aos cogumelos que não crescem de forma organizada, mas simplesmente explodem por isso, devem ser expressamente evitados por esse temperamento. A pimenta também não é uma boa pedida por ser muito excitante.

Coléricos
Líderes natos, ligados ao eu e semelhantes ao fogo, se impõem pela vontade e podem ser tachados de briguentos e autoritários. Têm uma postura militarista, mas um desejo de crescimento contínuo. Adoram desafios, se sentem capazes de resolver qualquer situação e têm energia de guerreiros.

Com um ótimo sistema digestivo, podem comer o que quiserem. Ainda assim, as pimentas e outros alimentos quentes ou excitantes e os doces devem ser evitados, pois os coléricos já são naturalmente elétricos. Chás e líquidos durante o dia podem ajudá-los a desacelerar um pouco.

Fleumáticos
Mais reservadas, essas pessoas possuem o temperamento mais zen entre os quatro, têm o predomínio do corpo etéreo e são as mais preparadas para a meditação. Costumam estar sempre de bem com a vida, mas, muitas vezes, são vistas como acomodadas, já que têm a mania de deixar para lá as coisas que dão muito trabalho. São super organizadas e metódicas.

Opostos aos coléricos, os fleumáticos precisam de alimentos quentes como o chocolate, a pimenta e o óleo de dendê para acelerarem seu metabolismo. É importante evitar legumes que nascem abaixo do solo, porque essas pessoas já são apegadas demais. Os farináceos também não são indicados.

Provavelmente, ao ler as características principais de cada temperamento, você já tenha encaixado sua família, seus amigos, colegas de trabalho e parceiros amorosos em algum deles. Isso pode ser muito saudável se as pessoas usam tais informações para entender melhor como o outro funciona e aprender a respeitar suas dificuldades, sem julgamentos. Só tome cuidado para não sair por aí rotulando todo mundo, afinal, por mais que haja influências da natureza e da espiritualidade, cada um de nós é único, diverso e possui dentro si um verdadeiro infinito particular.

Referências: Planeta Sustentável (Editora Abril)

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